sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Carnaval, 4.º A

No Carnaval
ninguém leva a mal
podemos ser cozinheiros e
vestir o avental.

Podemos ser fadas,
bombeiros, piratas;
aventureiros e descer cataratas.

Podemos ser polícias,
reis ou ninjas;
podes entrar neste mundo de fantasia
desde que finjas.

Podemos ser magos,
cantores, marinheiros
e viajar para as Celebes
ou ser o abominável Homem das Neves.

Podemos ser dinossauros,
homens das cavernas ou neandertais,
mas esqueçam estas ideias
pois são todos anormais.

     Guilherme





















Uma Aventura Carnavalesca


      Dona Maria Pancrácia tinha ido à loja de máscaras e fantasias da minha mãe fazer umas compras de Carnaval de última hora e tocou no assunto, com a sua língua muito cusca, que se falava em toda a cidade de Rio de Janeiro:
    - Já ouviu aquela notícia que quase todas as lojas de máscaras para o Carnaval da cidade foram assaltadas? Foi uma sorte esta e a do lado não terem sido - disse ela sem esperar resposta, mas a minha mãe interrompeu-a.
    - Pois é - disse a minha mãe, suspirando. Mas então, quer um fato de mulher  das cavernas ou de dinossauro feminino?
A partir daqui eu não ouvi mais nada pois estava ali para fazer os TPC, senão estaria a jogar futebol na rua. Passados mais ou menos três minutos chega um ladrão empunhando uma pistola. De seguida chegam mais três também empunhando pistolas. O primeiro ladrão era muito alto e forte e notava-se que tinha andado na tropa. Os outros ladrões eram de estatura média, com pouca musculatura, mas impunham respeito.
-Dá-me já todas as máscaras que tens na loja e no armazém! Rápido!- ordenou o chefe da quadrilha à minha mãe.
A minha mãe, muito assustada, fez tudo o que o ladrão-chefe lhe ordenou. No fim do assalto, na loja não restava nenhuma máscara de Carnaval, nem roupas de samba, que na terça-feira iriam ser usadas pela escola de samba “Bola Preta” que as tinha encomendado para usar no Sambódromo, mas agora já não podiam. A loja do lado também tinha sido assaltada por quatro ladrões e todos eles (os oito ladrões) tinham fugido numa carrinha funerária de marca Mercedes e com a matrícula 22-NV-84 do ano 2010, do mês 11.
Para desanuviar dos acontecimentos dessa manhã, a minha mãe e eu fomos à Feira Popular:  andei na montanha russa, na roda gigante, no comboio fantasma e joguei no tiro ao alvo, onde ganhei um enorme ursinho de peluche e uma t-shirt com a imagem do Lula da Silva a abraçar a Gabriela. Depois resolvi andar outra vez no comboio fantasma, pois era muito giro. Quando passei pela parte onde apareciam os fantasmas, em vez de ver um fantasma levei um valente murro que me fez perder os sentidos.
Quando recuperei os sentidos, estava numa sala escura rodeado por mulheres vestidas com roupas de samba, e à frente delas estava uma pessoa alta e muito musculada. Era a mesma pessoa que tinha assaltado a loja da minha mãe!
-Oiça lá, ó senhor, porque é que me raptou? - perguntei-lhe eu mantendo, dificilmente, o sangue frio.
-Olha, eu raptei-te porque eras uma ameaça para o meu plano maléfico. Tu viste o assalto, viste a matrícula da carrinha funerária. Embora eu já a tenha deitado fora, tu bem podias fazer queixa à polícia e eles iam à empresa de aluguer de carrinhas funerárias e extraíam os meus dados e apanhavam-me. Por isso vou ser obrigado a matar-te.- disse ele a sorrir.
-Nunca!-gritei eu.
     Ao mesmo tempo que gritei, empurrei as costas contra a cadeira, esta caiu no chão onde havia uma tesoura aberta que me cortou um bocadinho de pele e a corda que me prendia as mãos. Comecei a correr em direção à casa das máquinas. Quando cheguei lá, vi um painel de controlo e também um martelo. Peguei no martelo a custo e comecei a dar marteladas no painel de controlo. Quando o painel começou a deitar fumo percebi que era hora de sair.
    Corri na direção que as placas de saída indicavam. Pelo caminho quase que era apanhado pelos guardas. Quando cheguei à porta que dava acesso à saída, reparei que estava trancada, tentei forçar a fechadura mas em vão.
    O laboratório explodiu. BUM!

    Comecei a ver tudo escuro, pensei que tinha morrido, mas não, estava no escuro do meu quarto, vivo e feliz!

José Miguel