No Carnaval
ninguém leva a mal
podemos ser cozinheiros e
vestir o avental.
Podemos ser fadas,
bombeiros, piratas;
aventureiros e descer
cataratas.
Podemos ser polícias,
reis ou ninjas;
podes entrar neste mundo
de fantasia
desde que finjas.
Podemos ser magos,
cantores, marinheiros
e viajar para as Celebes
ou ser o abominável Homem
das Neves.
Podemos ser dinossauros,
homens das cavernas ou
neandertais,
mas esqueçam estas ideias
pois são todos anormais.
Guilherme
Uma Aventura Carnavalesca
Dona Maria Pancrácia tinha ido à loja de máscaras e
fantasias da minha mãe fazer umas compras de Carnaval de última hora e tocou no
assunto, com a sua língua muito cusca, que se falava em toda a cidade de Rio de
Janeiro:
- Já
ouviu aquela notícia que quase todas as lojas de máscaras para o Carnaval da
cidade foram assaltadas? Foi uma sorte esta e a do lado não terem sido - disse
ela sem esperar resposta, mas a minha mãe interrompeu-a.
- Pois é - disse
a minha mãe, suspirando. Mas então, quer um fato de mulher das cavernas ou de dinossauro feminino?
A
partir daqui eu não ouvi mais nada pois estava ali para fazer os TPC, senão
estaria a jogar futebol na rua. Passados mais ou menos três minutos chega um
ladrão empunhando uma pistola. De seguida chegam mais três também empunhando
pistolas. O primeiro ladrão era muito alto e forte e notava-se que tinha andado
na tropa. Os outros ladrões eram de estatura média, com pouca musculatura, mas
impunham respeito.
-Dá-me
já todas as máscaras que tens na loja e no armazém! Rápido!- ordenou o chefe da
quadrilha à minha mãe.
A
minha mãe, muito assustada, fez tudo o que o ladrão-chefe lhe ordenou. No fim
do assalto, na loja não restava nenhuma máscara de Carnaval, nem roupas de samba,
que na terça-feira iriam ser usadas pela escola de samba “Bola Preta” que as
tinha encomendado para usar no Sambódromo, mas agora já não podiam. A loja do
lado também tinha sido assaltada por quatro ladrões e todos eles (os oito
ladrões) tinham fugido numa carrinha funerária de marca Mercedes e com a
matrícula 22-NV-84 do ano 2010, do mês 11.
Para
desanuviar dos acontecimentos dessa manhã, a minha mãe e eu fomos à Feira Popular:
andei na montanha russa, na roda gigante,
no comboio fantasma e joguei no tiro ao alvo, onde ganhei um enorme ursinho de
peluche e uma t-shirt com a imagem do Lula da Silva a abraçar a Gabriela. Depois resolvi andar outra vez no comboio fantasma, pois
era muito giro. Quando passei pela parte onde apareciam os
fantasmas, em vez de ver um fantasma levei um valente murro que me fez perder
os sentidos.
Quando
recuperei os sentidos, estava numa sala escura rodeado por mulheres vestidas
com roupas de samba, e à frente delas estava uma pessoa alta e muito musculada.
Era a mesma pessoa que tinha assaltado a loja da minha mãe!
-Oiça
lá, ó senhor, porque é que me raptou? - perguntei-lhe eu mantendo,
dificilmente, o sangue frio.
-Olha,
eu raptei-te porque eras uma ameaça para o meu plano maléfico. Tu viste o
assalto, viste a matrícula da carrinha funerária. Embora eu já a tenha deitado
fora, tu bem podias fazer queixa à polícia e eles iam à empresa de aluguer de
carrinhas funerárias e extraíam os meus dados e apanhavam-me. Por isso vou ser
obrigado a matar-te.- disse ele a sorrir.
-Nunca!-gritei
eu.
Ao mesmo tempo que gritei, empurrei as costas contra
a cadeira, esta caiu no chão onde havia uma tesoura aberta que me cortou um
bocadinho de pele e a corda que me prendia as mãos. Comecei a correr em direção
à casa das máquinas. Quando cheguei lá, vi um painel de controlo e também um
martelo. Peguei no martelo a custo e comecei a dar marteladas no painel de
controlo. Quando o painel começou a deitar fumo percebi que era hora de sair.
Corri na direção que as placas de saída indicavam. Pelo
caminho quase que era apanhado pelos guardas. Quando cheguei à porta que dava
acesso à saída, reparei que estava trancada, tentei forçar a fechadura mas em
vão.
O
laboratório explodiu. BUM!
Comecei
a ver tudo escuro, pensei que tinha morrido, mas não, estava no escuro do meu
quarto, vivo e feliz!
José Miguel